Uma aula prática de engenharia de prompt misturando fotorealismo, concept art e direção de arte vintage.
Uma das maiores armadilhas ao usar o Midjourney é cair na mesmice. Pedir “um astronauta no espaço” vai gerar uma imagem bonita, porém genérica. Mas como criamos uma imagem que conte uma história? Uma imagem que faça quem vê perguntar: “Quem é essa pessoa? O que aconteceu aqui?”
O segredo está em adicionar contexto e atmosfera.
Hoje vamos analisar um prompt que cria uma cena de ficção científica introspectiva, misturando o futurismo com a nostalgia. Vamos desconstruir o comando para entender como cada palavra influencia o resultado final.
O Prompt da Semana
Aqui está o comando que vamos dissecar. Copie e cole no seu Midjourney, mas antes, leia a análise abaixo para entender o porquê dele funcionar.
/prompt: an astronaut in an empty room with old items, in the style of hyper-realistic details, dark orange and silver, sacha goldberger, detailed world-building, ismail inceoglu, detail-oriented, adventure themed –ar 128:85
Este prompt não pede apenas um personagem; ele pede uma cena de filme. Vamos quebrá-lo em quatro pilares fundamentais.
1. O Contraste Narrativo (O Sujeito)
“…an astronaut in an empty room with old items…”
A mágica começa aqui. Ao colocar um astronauta (símbolo do futuro e tecnologia) em uma “sala vazia com itens velhos” (símbolo do passado e abandono), criamos um contraste imediato. Isso sugere uma história: É um viajante do tempo? Um sobrevivente em uma Terra abandonada? Alguém visitando a casa da infância após uma missão? O Midjourney adora esses contrastes, pois eles forçam a IA a mesclar estéticas limpas (o traje espacial) com texturas gastas (os móveis antigos).
2. A Direção de Arte (As Referências de Artistas)
“…sacha goldberger, ismail inceoglu…”
Saber citar artistas é o “superpoder” da engenharia de prompt. Aqui, estamos misturando dois estilos distintos:
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Sacha Goldberger: Fotógrafo famoso pela série “Super Flemish” (super-heróis em estilo renascentista). O estilo dele traz uma iluminação dramática, texturas de tecido ricas e uma pose de retrato clássico. Ele adiciona o realismo e a estranheza.
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Ismail Inceoglu: Um incrível artista conceitual digital, conhecido por ambientes sombrios, texturas de pinceladas digitais e atmosferas emocionais. Ele adiciona o toque de “concept art” e a profundidade do cenário.
A mistura dos dois resulta em algo que parece uma pintura digital hiper-realista.
3. A Paleta de Cores e Atmosfera
“…dark orange and silver, detailed world-building, adventure themed…”
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Dark Orange and Silver: Fugimos do clássico “azul e neon” do sci-fi. Laranja escuro sugere ferrugem, pôr do sol, marte ou iluminação de tungstênio antiga. Prata traz o metal do traje. É uma combinação quente e melancólica.
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Detailed World-building: Essa instrução diz à IA para não deixar o fundo borrado ou genérico. Queremos ver detalhes nos “itens velhos” ao fundo, pois eles são parte da construção daquele mundo.
4. A Técnica e o Formato
“…hyper-realistic details, detail-oriented –ar 128:85”
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Hyper-realistic / Detail-oriented: Reforço para garantir que as texturas do traje espacial e da madeira velha sejam nítidas.
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–ar 128:85: Um formato de imagem (aspect ratio) muito específico, próximo ao 3:2. Isso dá um ar cinematográfico, como um frame de um filme widescreen, permitindo que vejamos tanto o astronauta quanto o ambiente ao redor dele.
O Resultado Esperado
Ao rodar este prompt, espere uma imagem emotiva. A luz provavelmente virá de uma janela ou fonte lateral (influência do Goldberger), iluminando a poeira no ar. O traje do astronauta será detalhado, talvez com marcas de uso, e o ambiente ao redor parecerá uma cápsula do tempo, cheia de relíquias analógicas.
Dica Pro: Tente trocar “old items” (itens velhos) por “overgrown plants” (plantas crescidas demais) para mudar a narrativa de “nostalgia” para “pós-apocalipse natural”, mantendo o mesmo estilo visual dos artistas citados.
Experimente e compartilhe seus resultados! A engenharia de prompt é sobre testar os limites da imaginação da máquina.
